Hugo Ferrão *
A criação do termo cyberespace (ciberespaço) é atribuída a William Gibson autor do livro de ficção científica cyberpunk - Neuromancer (neuromante) (1984), no qual esboça a ideia de ciberespaço, sendo posteriormente apropriada pela comunidade científica norte-americana como potencial campo-espaço cibernético no qual confluem todos os media digitalizados, libertando uma memória colectiva incomensurável de um rigor nunca atingível pela mente humana.
William Gibson associa a origem do ciberespaço aos ancestrais jogos electrónicos e aos «jogos de guerra» desenvolvidos pelos programas das instituições militares, duranteo período da «guerra fria», programas esses apoiados na investigação científica e inovação tecnológica de ponta. Esta estratégia tornou-se mais visível e conhecida nos Estados Unidos, e concretizou-se através projectos como a ARPA - Advanced Research and Projects Agency, (1957) da NASA - Nacional Aeronauticas and Espace Administration (1958) ou da ARPANET em 1969 e no envolvimento de algumas universidades com o objectivo de organizar oceanos de dados, realizar o seu tratamento de forma a que a informação resultante permitisse reagir rapidamente em caso de ataque nuclear. Gibson define ciberespaço em Neuromante da seguinte maneira:
«O ciberespaço. Uma alucinação consensual, vivida diariamente por biliões de operadores legítimos, em todas as nações, por crianças a quem se estão a ensinar conceitos matemáticos. Uma representação gráfica de dados abstraídos dos bancos de todos os computadores do sistema humano. Uma complexidade impensável. Linhas de luz alinhadas no não espaço da mente; nebulosas e constelações de dados. Como luzes de cidade, retrocedendo.»
O grau de complexidade subjacente à ideia de ciberespaço tem a sua raiz conceptual no sufixo «cyber», (ciber) que nos projecta numa dimensão «imaginotécnica», indissociável da artificialidade do pensamento cibernético, cuja particularidade reside na construção de modelos em qualquer domínio do conhecimento, indiferentemente das categorias pré-estabelecidas, provocando a contaminação e interligação de áreas aparentemente afastadas, congregando múltiplas constelações disciplinares que fazem parte do conhecimento humano.
O conceito de cybernetics (cibernética) é da autoria de Norbert Wiener (1894 -1964), um matemático norte-americano que publica através do Massachusetts Institute of Technology, (1948) o livro intitulado Cybernetics, or Control and Communication in the Animal and the Machine, elaborando uma teoria de comando e comunicação aplicável tanto à máquina como ao homem, este mesmo livro é posteriormente (1961) complementado com uma segunda parte, na qual encontramos o capítulo XI - Sobre Máquinas que Aprendem e se Autoreproduzem, onde faz um alerta para o elevado risco e nível de complexidade das futuras máquinas: [...]
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Cyberpunk, é o termo que denomina uma corrente literária de ficção científica que caracteriza a cibercultura das décadas de 80 e 90 da qual fazem parte William Gibson, Bruce Sterling, John Shirley, Mark Dery, Michael Swanwick e Walter Jon William. Cyberpunk está também associado à identificação de um movimento essencialmente informático, uma «tribo electrónica» com posicionamento de contra-cultura fortemente sustentado.
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Cyberpunk, é o termo que denomina uma corrente literária de ficção científica que caracteriza a cibercultura das décadas de 80 e 90 da qual fazem parte William Gibson, Bruce Sterling, John Shirley, Mark Dery, Michael Swanwick e Walter Jon William. Cyberpunk está também associado à identificação de um movimento essencialmente informático, uma «tribo electrónica» com posicionamento de contra-cultura fortemente sustentado.
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