A BIZARRA HISTÓRIA DA INTERVENÇÃO NA LÍBIA
Por muito esforço que faça para compreender o que justificou a política da UE e dos EUA, em relação à Líbia não a consigo entender. A não ser pela universal explicação que os marxistas-leninistas reciclados e os altermundialistas costumam dar - o "imperialismo" queria o controlo do petróleo líbio, o mais barato de obter pela força nestes dias da crise - não se vê o que explica a guerra contra Khadafi. Parecendo-me por regra esta "explicação" pouco explicativa, chamemos-lhe assim, pelo menos tem a vantagem de fornecer uma interpretação dos eventos que, à míngua de qualquer outra, ganha algum peso.
O que aconteceu no último ano no mundo muçulmano, os eventos na Tunísia, Egipto, Bahrein, Iémen e Síria, só para citar os casos mais relevantes, está longe de ser esclarecido e muito menos de ser conhecido. Com a grande apetência para a ilusão exótica e a vontade de wishful thinking que têm os media ocidentais, divulgou-se uma interpretação dos eventos feita à medida mais das esperanças ocidentais do que das realidades locais. A "revolução democrática" personificada na Praça Tahrir foi saudada como sinal de que a "rua árabe", mais o Facebook, mais meia dúzia de blogues (alguns que hoje se sabe serem falsos como A Rapariga Lésbica de Damasco feita por um homem barbudo que vive na Escócia), tinham varrido as tentações fundamentalistas da Al-Qaeda e mostrado um amor à democracia onde menos se esperava que ele existisse.
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