terça-feira, 11 de março de 2008

Cultura Língua e Comunicação (CLC)


É de sublinhar que a Língua tem um papel fulcral e único na dinâmica social, pois é um elemento forte da identidade do indivíduo na sua relação com os outros. Ser competente em língua1 contribui não só para o desenvolvimento pessoal, profissional e cultural do indivíduo, mas também para o intercâmbio de ideias entre os cidadãos, na construção de uma sociedade democrática e pluralista. Tal não significa que o desconhecimento da língua deva levar ao ostracismo social, pelo contrário, deve ser o ponto de partida para maior acesso à informação (e às qualificações), intensificando-se as aprendizagens, de forma a se desenvolverem as competências necessárias para que um cidadão saiba agir linguisticamente com consciência, participando na sociedade e expondo claramente as suas ideias. Deste modo, é importante que a pessoa tenha presente os níveis em que a língua pode ocorrer: o linguístico-instrumental, em que a língua serve para falar de outros objectos; o propedêutico, possibilitando o acesso a outros conhecimentos, ciência, tecnologia ou arte (onde estão incluídos os mais diferentes usos da língua, como por exemplo, os lúdicos e os estéticos) e o nível metalinguístico, em que a língua se assume como objecto de análise.

Para comunicar, as pessoas mobilizam estrategicamente, com as respectivas práticas, as suas competências em diferentes contextos, a fim de concretizarem as suas intenções comunicativas, as quais se relacionam mais especificamente com a Língua e conduzem a processos de recepção e de produção de textos significativos, referentes a temas que se enquadram nos domínios em que se organiza a vida social. Assim, para a participação nos eventos comunicativos, não basta um sistema exclusivamente linguístico, isto é, o falante, utilizador de uma língua, move-se igualmente num sistema de acção social e é portador de um código cultural enraizado socialmente que interpreta as realidades a que se refere.


Na impossibilidade de se descreverem os vários ângulos (e teorias) sob os quais pode ser vista a comunicação (linguístico, psicológico, sociológico, artístico…), esta engloba diferentes linguagens, não só a escrita e a falada, mas também todas as outras linguagens que fazem parte da comunicação humana, como a matemática, a tecnológica, a pictórica, a musical, a teatral, a gestual (dança) e, duma forma geral, todas as linguagens artísticas. A comunicação como campo transversal a diferentes saberes ultrapassa a mera troca de mensagens; interliga fortemente arte, ciência, teoria e prática. Em sentido restrito, comunicação pressupõe ainda um sujeito falante e implica fenómenos que estão ligados à transmissão de mensagens inseridas nos domínios em que se desenrolam as situações de comunicação, e em particular a interpretação e apropriação de conteúdos e lógicas predominantes nos media.


in:
REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS-CHAVE - para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário;
Direcção-Geral de Formação Vocacional (DGFV)
http://www.min-edu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.dgfv.min-edu.pt/

1 comentário:

  1. Gostei, acho que nos vai servir de ajuda para alguns trabalhos que temos agendados.. :)

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